Sotaques
Deu mei dia na labuta
O meu rango fui buscar,
Numa roda de amigo
Os meu causo fui contar.
Poizé cumpadre nem te conto
Minha prima foi nu mato,
No orvaio da manhã
Pegar lenha pruns trocado.
E saiu um trós-sço prêto
Do tamanho de um moleque,
De baixo duma pedra n'água
E ela fugiu igual Chevette.
Noutro dia fui pescar
E peguei um peixe miúdo,
Otro peixão mordeu a isca
E levei junto o graúdo.
O aluno da minha muié
Que adora matar aula,
Sumiu trer dia da cidade
E de pé junto ele jurava.
Diz que foi abduzido
Pros marciano lá de marte,
Igual gelatina a câmera
E todo resto tava em parte.
Uai, no interiô eu tava um dia
Passei de carro e ninguém via,
Quando deu altas madruga
Do cemitério gente saia.
Saia com as velas na mão
Zarôio e com os ossos de fora,
Sô. E eu pedia pro mio Deus
Um doutor pra essa gente agora.
Quando isquicia a procissão
A minha gasolina acabou,
Vi uma égua isfoguiada
Entrar num disco voador.
Que maldade que fizeram sô
Com a cabeça do animal,
Quando cheguei na minha casa
Vi minha sogra no quintal.
Me abraçô e deu uns trocado
Tudo nôvo no cenário,
Acordei desse pesadeio
Quan vi meo cartão usado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Escreva Sua Mensagem Ou Deixe Seu Recado. No Quadro Abaixo ▼